sexta-feira, 18 de abril de 2008

VENTO DE POESIA

Minha poesia não é triste
Nem alegre, ela apenas consiste
Em falar de mim, do que eu sou:
Minha poesia me leva aonde vou.
Para o mar ou para a areia,
Na direção de quem me odeia
Ou muito me ama também...
A poesia que escrevo é que mantém,
Ao meu redor, a sílaba da paz.
Meu choro nela se desfaz,
Como gota de orvalho pelo chão.
Minha poesia não é um caixão
De mágoas nem águas de contentamento:
Ela é, simplesmente, porta-voz do meu momento.
Minha poesia de cada dia, meus senhores,
Não é feita nem de pedras e nem de flores,
Ela se molda em mim ao léu...
Como um relevo ou as nuvens do céu.

Minha poesia tem amizade e não amigo,
Vaga como um mendigo: sem comida ou abrigo.
Saindo de mim para lugar nenhum do mundo,
O verso é efêmero na eternidade de um segundo...
Minha poesia é sem razão ou emoção alguma:
Ela rompe minha alma e é só mais uma,
De tantas que já existem por esse universo...
Minha poesia é o vento no qual me disperso.

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